Monday, April 30, 2007

Os benefícios dos organismos transgénicos na agricultura.



A tecnologia dos transgénicos tem sido utilizada para produzir uma variedade de plantas para alimentação, principalmente com características preferidas pelo mercado, em que algumas tornaram-se sucessos comerciais. Os desenvolvimentos resultantes de variedades comercialmente produzidas em países como EUA e o Canadá têm-se centralizado no aumento de vida em prateleiras de frutas e vegetais, dando resistência contra as pragas de insectos ou viroses, e produzindo tolerância a determinados herbicidas. Enquanto que essas características têm trazido benefícios aos agricultores, os consumidores dificilmente notaram qualquer benefício além de, em casos limitados, um decréscimo no preço devido a custos reduzidos e um aumento da facilidade de produção.
Mostramos a seguir, alguns exemplos que demonstram o uso da tecnologia da modificação genética de vegetais aplicada a alguns problemas específicos da agricultura, indicando o potencial para obter benefícios:

- Resistência a pragas: Temos como exemplo a papaia que é resistente ao vírus Ringspot e que tem sido comercializada e plantada no Hawai desde 1996 (Gonsalves, 1998). Este exemplo prova a eficiência do uso de modificação genética em vegetais visando obter maior resistência a uma praga específica. Outro benefício paralelo está no facto de que, ao se criar maior resistência a pragas, diminui ou se elimina a necessidade do uso de pesticidas. Temos como exemplo as plantações transgênicas resistentes aos insectos do Bacillus thurringiensis , que permitiu uma redução significativa no uso de inseticidas. Porém, alguns pontos devem ser considerados, como o facto de que as populações de pragas ou organismos causadores de doenças podem vir a adaptar-se à planta transgênica, como acontece com o uso de inseticidas. Outro ponto a ser levantado é a diferença no biótipo de pragas no mundo, que faz com que as plantações resistentes desenvolvidas para serem utilizadas na América do Norte, possam ser resistentes a pragas que não preocupam os países africanos, por exemplo. Há necessidade, portanto, de maior pesquisa com plantas transgênicas, em que tenham mostrado resistência a pragas regionais, para verificar a sua sustentabilidade em relação ao aumento de pressões diante as pragas ainda mais virulentas.

- Colheitas mais abundantes: Como exemplo temos as pesquisas que envolvem a produção de alimentos de alto-rendimento. O maior exemplo é o trigo semi-anão que possui genes insensíveis à giberelina. A introdução desses genes faz com que se obtenha uma planta mais baixa, mais forte e que aumenta o rendimento da safra directamente, uma vez que se reduz o alongamento das células na parte vegetativa, de forma a que a planta desenvolva mais a sua parte reprodutiva (comestível). Estes genes (NORIN 10) agem da mesma forma quando utilizados para transformar outras espécies de plantas importantes como alimento.

- Tolerância a pressões bióticas e abióticas: O desenvolvimento de plantações que tenham uma resistência inata ao stress biótico ou abiótico ajudaria a estabilizar a produção anual. Como exemplo, temos o vírus Mottle Amarelo do arroz (RYMV), que devasta os arrozais africanos. Após o fracasso dos métodos convencionais de cruzamentos entre o arroz selvagem e o arroz cultivado, os pesquisadores utilizaram uma técnica de imunização genética, através da criação de plantas de arroz transgênico resistentes ao RYMV. Como exemplo de combate ao stress abiótico temos a produção de ácido cítrico nas raízes e a melhor tolerância ao alumínio em solos ácidos (de La Fuente et al 1997).

- Uso de terras marginalizadas: Solos com elevados índices de salinidade e alcalinidade podem ser utilizados caso se consiga obter um transgênico que tenha por característica ser resistente nessas condições. Como exemplo, temos um gene de tolerância em manguezais (Avicennia marina) que foi clonado e transferido para outras plantas e através dele pôde-se observar que as plantas transgênicas mostraram-se mais tolerantes a altas concentrações de sal.

- Benefícios nutricionais: Temos o exemplo da introdução de genes de para obter maior produção de beta caroteno, precursor da vitamina A, extremamente necessária e cuja deficiência nos animais causa cegueira. A semente deste transgênico apresenta uma cor mais amarelada (Ye et al,2000). Também já se desenvolveu o arroz transgênico com elevados níveis de ferro, de forma a combater a anemia. Este arroz foi produzido usando genes envolvidos na produção de proteínas capazes de ligar o ferro e de uma enzima que facilita a disponibilidade de ferro na dieta humana (Goto et al, 1999). As plantas transgênicas contêm entre 2 a 4 vezes mais ferro do que normalmente encontrado no arroz convencional.

- Vacinas e produtos farmacêuticos derivados de plantas transgênicas: Mesmo já estando disponíveis nos países em desenvolvimento, as vacinas apresentam um custo elevado para se poder produzir e utilizar. Diante disso, muitas vezes as vacinas acabam e não chegam às pessoas que realmente necessitam dessa imunização. Para eliminar este problema, os pesquisadores estão estudando o uso de plantas transgênicas na produção de vacinas e fármacos. Como exemplo, temos as vacinas contra as doenças infecciosas do aparelho gastro-intestinal, que são produzidas em plantas como batatas e bananas (Mason H.S. Amtzen C.J. 1995). Outro exemplo interessante está no anticorpo recentemente identificado em sementes de arroz e trigo, que reconhece células cancerosas do pulmão, mama e cólon e que poderá ser muito importante no diagnóstico ou terapia contra o cancro (Stoger et al 2000). O desenvolvimento de plantas transgênicas, para produzir agentes terapêuticos, tem um enorme potencial na solução de problemas como a saúde, nos países em desenvolvimento.

1 comment:

metafisica na privada said...

cara.acorda ele estõ jogando aluminio do céu[chemtrail]mondiabo ja tem patente